Está a aproximar-se o final de mais uma etapa ao longo do curso, o estágio na Unidade de Saúde Pública (USP) está na fase final, estas últimas semanas para além de outras actividades foram dedicadas à organização da legislação utilizada pelos serviços.
Criação de uma Base de Dados para Legislação
A legislação é uma ferramenta essencial para o exercício da actividade do Técnico de Saúde Ambiental (TSA), como tal ao longo da semana na companhia da minha colega e orientadora de estágio, procedemos à organização da legislação pela qual se regem as actividades dos TSA existentes nesta USP.
A organização desta documentação está a ser efectuada através da criação de uma Base de Dados (BD) em Excel, onde serão introduzidos todos os documentos jurídicos em vigor e posteriormente serão arquivados em formato de papel em pastas de arquivo. Na sequência desta tarefa aproveitamos para eliminar todos os diplomas que já não se aplicam.
A BD é composta por vários campos (Designação do Doc., Âmbito, Especialidade, Categoria, Localização/Pasta e Data), onde os respectivos dados irão ser introduzidos.
Depois dos dados introduzidos na BD e através da criação de “Filtros” na folha de cálculo Excel, esta irá permitir agrupar e pesquisar a informação de variadas formas, permitindo aceder à legislação a aplicar de forma mais rápida e eficaz.
Legenda:
No desenvolver deste trabalho senti algumas dificuldades, pois os TSA intervêm em diversas áreas, onde todas têm como suporte a legislação o que acaba por originar uma enorme quantidade de documentação, que por sua vez na maioria dos casos é de difícil interpretação.
Partilhamos da opinião que os TSA muitas das vezes não têm meios e conhecimentos que permitam obter de forma rápida a informação correcta do estado de vigência dos documentos.
Como tal, na minha opinião os TSA que integram as USP´s deveriam ter apoio através de um gabinete jurídico, onde existem profissionais nesta área que certamente iriam ajudar na interpretação e na obtenção da legislação actual com outra convicção e rapidez, o que iria sem dúvida diminuir o tempo de resposta dos serviços no que respeita a outras tarefas.
Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas (PCTEA) – Módulo Frio.
No presente ano e de acordo com as orientações divulgadas pela Direcção Geral de Saúde será necessário adaptar o Plano de Contingência Regional para as Ondas de Calor (PCOC), no sentido de abranger também os períodos de frio intenso e desta forma, assegurar uma vigilância continuada ao longo do ano, com especial incidência nos períodos com maior probabilidade de ocorrência de temperaturas extremas com impactes negativos para a saúde humana.
Assim, o anterior PCOC foi adaptado e passou a designar-se Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas (PCTEA) com dois módulos distintos: o Módulo Calor, que incide sobre o período Primavera-Verão; e, o Módulo Frio, que incide sobre o período Outono-Inverno.
O Plano de Contingência para as Temperaturas Extremas Adversas – MÓDULO FRIO, adiante designado PCTEA - MÓDULO FRIO, pretende prolongar o sistema existente de vigilância e monitorização da temperatura do ar, com vista a activar ALERTAS sempre que haja risco para a saúde da população. A activação do MÓDULO FRIO, este ano vai estar vigente no período outono/inverno, entre 15 de Novembro a 31 de Março.
A exposição ao frio pode ter consequências graves para a saúde da população. Quando ocorre uma vaga de frio, ou seja, uma redução significativa e repentina da temperatura diária a probabilidade de ocorrerem consequências graves para a saúde da população aumenta.
A hipotermia e o enregelamento são consequências graves e comuns associadas à exposição ao frio:
- A hipotermia acontece quando o calor perdido pelo organismo é superior ao produzido. Os sinais e sintomas associados à hipotermia diferem em adultos e crianças. Nos adultos, é frequente o cansaço/exaustão, sonolência e alterações da memória e do discurso. Nas crianças são mais frequentes as alterações da cor e da temperatura da pele, a irritabilidade e ausência de energia;
- O enregelamento é definido como uma situação resultante da exposição excessiva ao frio, com sensação de formigueiro e adormecimento das extremidades (pés, mãos, orelhas, nariz) que, no limite, pode estar na origem de danos permanentes. Os sinais e sintomas associados ao enregelamento são: arrepios, sensação de formigueiro nas extremidades do corpo, pele branca ou cinzento-amarelada, insensibilidade à dor e cãibras.
O frio é também responsável pelo agravamento de doenças, sobretudo respiratórias e cardíacas.
Os grupos mais vulneráveis ao frio são:
- Bebés e recém-nascidos, sobretudo estes últimos;
- Crianças e adultos com doenças crónicas (asma, diabetes, bronquite, doenças cardíacas, doenças reumáticas e doenças da tiróide);
- Pessoas com perturbações da memória, problemas de saúde mental, alcoolismo ou demência;
- Pessoas que tomam certos medicamentos como psicotrópicos ou anti-inflamatórios;
- Pessoas com redução da mobilidade, e aquelas com dificuldade na realização das actividades da vida diária;
- Idosos, sobretudo aqueles que estão mais isolados;
- Pessoas sem-abrigo e pessoas em situação de exclusão social.
Fonte: Portal.arsnorte.min-saude.pt
As temperaturas extremas adversas, neste caso o frio provocam graves problemas de saúde na população portuguesa mais precisamente nas pessoas mais vulneráveis, situação que todos se apercebem com a pequena abordagem efectuada anteriormente através do texto.
Desta forma dando sequência a uma publicação anterior em que realizámos uma primeira abordagem sobre as problemáticas relacionadas com a época do frio, nomeadamente, as doenças relacionadas com a exposição ao frio e as medidas e cuidados a adoptar, nós estagiários do Curso de Saúde Ambiental com a colaboração dos vários elementos que integram a Unidade de Saúde Pública, concluímos o folheto informativo módulo FRIO, que posteriormente foi distribuído pelos vários pólos desta unidade que serve o concelho.
Este folheto contém informações úteis que ajudam a minimizar os efeitos negativos do frio intenso na saúde da população.
Folheto Informativo Modulo Frio |
Na USP ainda no decorrer desta semana e na companhia da orientadora de estágio, cumprimos novamente o circuito dos pontos de colheitas de água, que estava agendado para o mês de Janeiro de 2012.
Foram realizadas colheitas de água para análise dos parâmetros bacteriológicos (P1), físico-químicos (P2) e (P3), incluindo alguns compostos químicos específicos, nomeadamente, Níquel, Chumbo e Cobre, referentes a águas para consumo humano (Abastecimento Público), colheitas de água para análise dos parâmetros bacteriológicos, físico-químicos referentes a água de piscinas (Uso Público) e colheitas de água para análise dos parâmetros bacteriológicos para águas destinadas a Hemodiálise.
Em ambas as colheitas, os parâmetros de campo, como o teor de cloro residual livre, temperatura e o pH foram determinados no local.
Para relembrar…
Na região onde se insere a USP foram criados três grupos de parâmetros, de forma a simplificar os processos. A divisão está representada da seguinte forma:
1º Nível – Grupo de Parâmetros – P1
2º Nível – Grupo de Parâmetros – P2
3º Nível – Grupo de Parâmetros – P3
Ø 1º Nível – Grupo de Parâmetros – P1
Bactérias coliformes, E.Coli, Enterococos, Condutividade, PH (a) e Desinfectante residual (a)
(a) – A determinar no campo
Ø 2º Nível – Grupo de Parâmetros - P2
Colónias a 22 ºC, Clostridium, Nitratos, Oxidabilidade, Ferro, Alumínio, Colónias a 37º, Turvação, Amónio, Nitritos, Manganês e Flúor.
3º Nível – Grupo de Parâmetros - P3
Cádmio, Cobre, Chumbo, Potássio, Trihalometanos, Crómio, Níquel, Sódio, Boro.
Sendo a água um bem essencial à vida é importante que esta adquira e mantenha as características que a possibilite ser consumida pelo ser humano nos diversos fins a que se destina, nesta medida os Técnicos de Saúde Ambiental que integram as várias Unidades de Saúde Pública têm um papel determinante na Vigilância da água nas suas diversas utilizações.
A última actividade em que tive o privilégio de participar na Unidade de Saúde Pública, foi a reunião mensal dos Técnicos de Saúde Ambiental (TSA) que integram esta unidade.
Em que da reunião contou a seguinte ordem de trabalhos:
- Avaliação dos TSA;
- Planos de Férias;
- Formação Interna;
- Apresentação da Base de Dados da Legislação;
- Manuais de Boas Práticas em Estabelecimentos de Piercings e Tatuagens, Salões de Cabeleireiros e Gabinetes de Estética;
- Estabelecimentos a dar prioridade durante o mês de Fevereiro.
Não é demais frisar novamente que estas reuniões são de extrema importância, pois permite a partilha de informação entre os profissionais da Unidade Saúde Pública e ao mesmo tempo também permite uniformizar a actuação de todos no distrito no que respeita às áreas da Saúde Ambiental.
Para terminar e para que todos percebam de uma forma mais resumida as áreas em que intervimos nesta Unidade de Saúde Pública, deixo um pequeno esquema.
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