segunda-feira, 26 de março de 2012

“Factores que determinam a qualidade do Ar Interior”


Gostaria também de partilhar mais alguma informação acerca do tema da Qualidade do Ar Interior (QAI), precisamente baseada num artigo publicado por Catarina Campos e Paula Santos, ambas engenheiras do ambiente a trabalhar na área da Certificação Energética de Edifícios, que considero muito interessante e que se apresenta de uma forma muito simples, permitindo uma fácil compreensão acerca dos factores que determinam a QAI, as suas origens e os efeitos na saúde.


“Factores que determinam a qualidade do Ar Interior”

A QAI de espaços depende de inúmeros factores, destacando-se os seguintes:

  • Emissão de poluentes no interior do edifício provenientes de materiais de construção e mobiliário, alcatifas, isolamentos deteriorados, processos de combustão, utilização de produtos químicos (produtos de higiene e limpeza), produtos de bricolage, sistemas de aquecimento e arrefecimento, sistemas de humidificação, bioefluentes, entre outros;
  • Infiltração de poluentes do ar exterior, tais como, radão, ozono, monóxido de carbono, pesticidas;
  • Acumulação de poluentes no interior dos edifícios devido á inexistência de sistemas de ventilação ou no caso de existirem serem deficientes e com baixas renovações de ar.

 A concentração local de poluentes depende de factores, como:
  • Taxa de emissão;
  • Caudal de ar novo;
  • Características do ar novo/concentração de poluentes no ar exterior;
  • Sistemas de ventilação;
  • Características do compartimento – dimensões geométricas, tipos de revestimento e mobiliário.

 O esquema a seguir apresentado resume os factores que mais contribuem para a qualidade do ar no interior. Os factores a sombreado são os que, segundo estudos efectuados, mais contribuem para os valores de poluentes encontrados.



POLUENTES VS EFEITOS NA SAÚDE

Os efeitos dos efluentes na saúde humana podem ser denominados como:

Efeitos incomodativos: odores desagradáveis (após 5 a 60 min de exposição); reacções de irritação dos olhos, nariz, garganta, boca.

Efeitos agudos: imediatos.

Efeitos prolongados: reacções alérgicas ou infecciosas, cancro do pulmão.

De acordo com a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning Engineers) a qualidade do ar pode ser aceitável se:
  • No ar interior não se verificam concentrações nocivas de contaminantes;
  • Uma maioria substancial (mais que 80%) das pessoas expostas a um determinado interior não apresenta desagrado em relação as condições do ar interior.


A tabela resume as principais fontes e efeitos na saúde dos poluentes mais relevantes que afectam a QAI.


 Consultar aqui o artigo original.

Fontes:
- Born, (October 2006). Development of WHO Guidelines for Indoor Air Quality – Report on a Working Group Meeting.
- EPA Document 402 K-93-007, (April 1995). The Inside Story: A Guide to Indoor Air Quality.
- ADENE, DGEG, APA (2009). Intervenção do PQ ao nível dos edifícios abrangidos pelo RCESE – Vertente QAI.
- APA – Laboratório de Referência do Ambiente (Março 2009). Qualidade do Ar em espaços interiores – Um guia técnico, em http://www.apa.pt 

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